"Você vai ficar sozinho"
Era isso o que ecoava naquela maldita prisão. O lugar era escuro, mal-cheiroso, asqueroso... O que parecia ser um homem, estava preso à grilhões que estavam encaixados no chão daquele lugar.
Por mais que o homem se debatesse, gritasse, esperneasse, fizesse o que fosse, ninguém o ouviria. "Quando foi a última vez que eu vi a luz?", perguntou o homem que sentia os cabelos molhados de suor cairem em seu rosto.
Ele tentou se lembrar, mas as dores que o grilhões provocaram fizeram-no esquecer isso e focar-se em mais uma tentativa inútil de se livrar daquelas correntes. "Droga", amaldiçoou mentalmente, "Se eu fosse mais forte... Se..."
- Você não é nada disso, Leo - A voz veio de longe e fez com que o rapaz levantasse a cabeça e olhasse pela abertura que havia na porta de metal - Você não é forte. Você NUNCA vai ser forte - A voz se aproximou ainda mais.
- Quem é você?! - Gritou o rapaz - COMO EU VIM PARAR AQUI?!?
- Ora, Leo... Você se colocou aqui - respondeu tranquilo.
- E... Eu?
- Sim, Leo Clemmens, você mesmo. Foi você quem se jogou aqui... Nessa... maldita prisão.
Leo apenas viu uma silhueta entrando na cela. Não conseguiu discernir como era, mas sabia que era de estatura média, e tinha os cabelos mais longos que os seus.
- Como eu teria feito isso... Quando eu acordei eu já estava aqui!
- Leo, Leo... Você sabe ONDE, exatamente, você está?
- ...
- Não sabe?
- ... Não. - Leo respondeu amargurado
De repente, o ambiente começou a se preencher com uma luz forte, como se um Sol estivesse brilhando lá dentro. Num primeiro instante, Leo ficou cego com a quantidade de luminosidade, mas, aos poucos os seus olhos se acostumaram com aquilo. Enfim, ele pode ver o homem e quando o fez, ficou boquiaberto. Não conseguia ver o rosto direito... mas ele tinha certeza que aquele homem era...
- Sim, Leo. Eu sou você. Em tempo... Seja bem vindo à sua consciência.
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