sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

E assim, nasceram as plumas negras.

Apenas as plumas pairavam no ar.

O rosto do rapaz, antes vívido e alegre, deu lugar à expressão de medo e espanto.
Em sua mão, uma espada ensanguentada e ao seu lado, o corpo, agora frio e inerte daquela que um dia ele chamou de amiga, daquela que um dia ele chamou de amor.
Aquele homem ainda não acreditava no que tinha feito. Olhava sua mão trêmula e nela via sangue. E sangue, era o que ele mais via em volta de si.
Sua armadura, antes límpida e reluzente, agora provava do sangue derramado por ódio, vingança e tristeza.
Sua espada, antes justiceira e verdadeira, agora bebia do sangue inocente.
Sua índole, antes cavaleiresca e implácavel, agora nadava no sangue da ira.

As plumas brancas de suas asas, que flutuavam num suave ritmo, tornavam-se negras como o carvão.

Ele havia descendido. Não havia mais fuga.
E assim, em sua espada, agora vingativa e cruel, viu seu fim.

A morte lhe sorriu e ele sorriu de volta...
Era enfim, o Anjo da Morte.

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