segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Não havia luz. Não havia som. Não havia nada...

Havia apenas um mar, eterno, de sangue, onde esse jovem rapaz se encontrava, atarrachado, preso, à grilhões.
Esses grilhões o torturavam, muito. Eram os grilhões do tempo. Fazia com que ele se lembrasse das dores, dos sofrimentos, das tristezas, e isso, o preenchia com um ódio sem precedentes.

Mas, por fora, tudo parecia diferente. Ele não parecia triste, não parecia sofrido... ele parecia um rapaz normal. Seus amigos inclusive o consideravam um cara... digamos, alto astral. Sempre pra cima, divertindo a quem podia, alegrando a vida de quem queria, soprando a tristeza dos corações alheios para bem longe.

Talvez fosse uma forma de se esquecer do que acontecia dentro do seu coração, talvez fosse uma forma de escapar do mundo. Mas, na verdade, aquilo não passava de um simples pedido: Socorro. Não fazia em troca de recompensa, nem esperava isso, mas, a verdade é que esse pedido era algo latente... inconsciente.

O sofrimento era incomensurável. Muita das vezes, ele não aguentara a dor e ficava sem saber o que fazer, apenas observando a dorm enquanto esperava por alguém que pudesse quebrar aquela casca que bloqueava tudo em seu coração e libertar aquele que habitava lá, tirando-o dos grilhões do tempo.

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